quinta-feira, 15 de maio de 2008

SUEDEHEAD (I'M SO SORRY/ AH.... I'M SO SO....RRY)

Engraçado, estava eu um dia desses dentro de um ônibus, me sentei numa poltrona qualquer em frente onde duas pessoas conversavam. Quero dizer só uma falava, a outra coitada, não falava nada, talvez por ter sua língua cortada, vai saber. Pois bem, eles conversavam um pouco alto, e isso, deixava impossível deixar de ouvir sobre o que conversavam. E olha que seria capaz de fazer grandes coisas para não ter escutado o que ouvi! Bom, pra começa o cara ( só um que falava, lembra? ) tinha uma voz estridente, enjoada, parecia que conversava com uma pessoa, e esta, estava lá do outro lado do ônibus, sendo que o cara que ele se direcionava na conversa estava praticamente grudado nele. O cara falava de assuntos até um pouco polêmicos, talvez queria chamar a atenção no ônibus, não sei. Mas, só sei que ele conseguiu, se não de todos, pelo menos a minha com certeza. E foi assim: - Blá, blá, blá. Blá, blá, blá... - E eu lá tendo de ouvir todos aqueles assuntos que não me diziam respeito. Foi quando de repente “eles” começaram a falar algo que para mim era um assunto pertinente. O cara começou a falar mal da arte (diretamente sobre a representação do artista na sociedade), em todas as suas vertentes. E dizia ele assim:

- O que esses caras fazem? Em que ajudam, eles, no girar do mundo? O fazem eles para manter o funcionamento da sociedade, o funcionamento do sistema?

Dei uma olhadinha de leve pra traz pra mostrar-lhe minha total insatisfação sobre sua colocação infeliz. Tinha eu uma resposta na ponta da língua para metralhá-lo, mas, o que podia fazer? Seria muita falta, o meu entrar num assunto que não me dizia respeito, quero dizer, em termos, claro. Pois o que era comentado tinha muito a haver comigo. Ele comentava os assuntos na intenção, sempre, sobre uma visão econômica do lance. Visão, que é claro, econômica DELE! E me virei, muito puto pela opinião daquele cara, e disse:

- Meu camarada, o que fazemos é arte! E sobre a ajuda, não giramos o mundo, o fazemos flutuar! E para manter o funcionamento desta sociedade, ou sistema, se assim preferir. O artista, o verdadeiro artista, tem por um momento, com todo seu talento, proeza, e entrega, a audácia de desligá-lo!

Bom, na verdade essa foi uma das respostas, e atitudes que ficaram em meu pensamento naquele momento. Fiquei numa vontade enorme de dizer isso, mas devido à maldita educação que me foi ensinada de não me intrometer nos assuntos alheios, fiquei com essa resposta pra mim. Mas olhando pelo lado bom... Pelo menos eu tenho uma resposta. Quem sabe um dia ele encontre uma para definir o que ele é!