Hoje quase tirei meu corpo fora de todo conteúdo que te faz existir
Vi na carta marcada os amores perdidos que fecham a rodada em cada cortada de cartas de copas
Fixei meus olhos num ponto cego e as pupilas dilatadas denunciaram o vazio oblíquo da minha solidão
Fui dilacerado e inutilmente meus pedaços persistem em existir rastejando como larvas de moscas postas no lixo da rua
Meu segredo é um livro aberto dividido às publicações ilegíveis dos jornais que embrulham o peixe
Minha validade é tão longa como brasa em contato com a chuva
Minha destreza é tão grande como quarks de matéria morta e a minha natureza é tão falha que ainda continuo crescendo e sendo cultivado pelo lirismo da sua ausência.
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
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